Terça-feira, 13 de Julho de 2010

Erotização Infantil

Mariana, 9 anos, acorda às 6:00h da manhã para se maquiar, se perfumar, pintar as unhas e ir à escola de mini-saia, tamanquinho e brincos. Foi parar no consultório da psicanalista, depois que os professores reclamaram do comportamento sensual e Marina com os coleguinhas, os quais provocava com beijinhos e toques corporais. Mariana é vítima da erotização precoce , fenômeno que atinge milhões de crianças. “A infância se caracteriza por ser o primeiro período de proteção e aprendizado. No Brasil, a fronteira entre liberdade e proteção parece não ter sido ainda delimitada. Em nome da maior liberdade com o corpo, nossas crianças estão tendo o direito à infância roubado. Esta situação de sensualização precoce provoca aumento de ansiedade nos pais, estimula a violência sexual infantil, a iniciação sexual precoce, a pedofilia e, nas classes baixas, a prostituição infantil”. A psicanalista gaúcha Norma Escosteguy, adverte que a sexualização precoce trará prejuízos emocionais e éticos sem precedentes. “Se a criança for estimulada a imitar a sexualidade adulta, sem condições reais para isto, o excesso de excitação poderá diminuir seu interesse e sua capacidade para pensar, para se sentir capaz, para se desenvolver gradativamente e para ter noções de sua identidade”.

A INFÂNCIA AS VEZES É ROUBADA PELOS PRÓPRIOS PAIS.

A multidão de crianças que rebolam eroticamente em festinhas e nas escolas está assustando psicanalistas e professores, que apontam os pais como responsáveis pelo que chamam de roubo da infância. Esta expressão também foi usada pela psicanalista Lulli Milman, que se diz chocada com a conduta pseudoliberal dos pais que, roubam a infância dos filhos para que eles realizem suas próprias fantasias sexuais.

“Tomo conhecimento de casos que estão me assustando. Um exemplo é o de uma menina de 10 anos que disse à mãe que estava namorando um menino de sua sala. Esta mãe, a pretexto de “controlar” a situação, resolveu trazer o garoto para dentro de casa, para que eles namorem sob vigilância. Esta mãe está empurrando a filha para o sexo”.

MENINOS DE 10 ANOS JÁ PENSAM EM TER RELAÇÕES SEXUAIS

O número de meninos entre 10 e 11 anos que aparecem na clínica social da UERJ totalmente ansiosos para ter experiências sexuais, embora não tenham maturidade biológica para tanto, também assusta. “A angústia desses meninos é preocupante. Por que ao invés de brincar, eles deram este salto para a sexualidade genital que não têm condições de realizar”. A coordenadora Rosa Martins, do jardim Escola Vilhena de Moraes, no Leblon, Rio de Janeiro, disse que chamou a atenção de uma mãe que transformou a bermuda da escola da filha de 5 anos num “shortinho sexy”. “A mãe cortou até o logotipo do colégio, que fica na barra da bermuda. Tive que dizer a ela que não podia mutilar o uniforme. Tem cabimento uma menina vir para a escola com o bumbum quase de fora? Os pais devem ter discernimento para dar limites ao que é oferecido pela TV. Por que comprar botas e tamancos, que prejudicam o movimento da criança? “Os pais têm que aprender que o bem estar da criança vem em primeiro lugar”.

O QUE OS PAIS DEVEM SABER

APRENDIZADO:

A psicóloga Sofia Sarué, explica que a faixa etária dos 5 aos 12 anos é chamada de fase de latência, período em que as questões relativas à sexualidade ficam submersas, para que a criança possa desenvolver os seus ideais estéticos, o raciocínio matemático e entre no mundo das letras. O estímulo à sexualização nesta idade poderá trazer prejuízo imediato ao aprendizado da criança, especialmente ao processo de alfabetização.

TELEVISÃO:

Norma Escosteguy lembra que a criança se forma a partir de sua experiência com os pais. A TV e seus personagens não conseguem preencher os vazios deixados pela ausência de companhias adultas afetivas e pensantes, o que realmente enriquece as relações humanas. A responsabilidade pela erotização precoce não seria da TV, mas dos pais que deixam os filhos assistirem a programas impróprios.

RISCOS:

Uma criança erotizada pelos pais na infância vai deslocar para a sexualidade toda a sua afetividade. Ao chegar na adolescência, quando os impulsos conduzem naturalmente à sexualidade, esta criança poderá lidar com questões sexuais de maneira precipitada, patológica, correr risco de contrair doenças graves. O pior dos prejuízos serão as relações pouco gratificantes e efêmeras, que não alcançam a afetividade, ausente em toda a infância.

DEPRESSÃO:

O excesso de estímulo sexual pode gerar um efeito oposto na chegada à puberdade. Sofia Sarué diz que a mãe que insiste em ser Tiazinha através da filha, porque já não tem corpo ou idade para tanto, ou o pai que empurra o filho para desejar a Tiazinha, porque já não consegue se expressar sexualmente, podem criar um adolescente inibido, que não sabe lidar com sua sexualidade, prefere o isolamento e é vítima de violentas depressões.

Fonte: Portal MulherBrasileira



publicado por pedagogia em ação às 00:22
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